quinta-feira, 13 de junho de 2019

Rosa Mota


   Rosa Maria Correia dos Santos Mota nasceu a 29 de Junho de 1958, no Porto. 
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   Desde cedo começou a correr pelas vielas da Foz do Douro. Durante o liceu começou a praticar natação e ciclismo, embora tenha sido forçada a optar pelo atletismo, por ser uma modalidade que não acarreta tantos custos. Em 1974 entrou para o Futebol Clube da Foz, mantendo-se no clube durante três anos, transferiu-se depois para o Futebol Clube do Porto, clube onde permaneceu até ter problemas de saúde, relacionados com asma de esforço. Já depois de sair do Futebol Clube do Porto, conheceu o médico José Pedrosa que, depois de tratar a sua doença, a encaminhou para a maratona e que se viria a tornar seu treinador. A partir de 1981 começou a competir com a camisola do Clube de Atletismo do Porto, clube que representaria durante toda a sua carreira. 
   Rosa Mota disputou a primeira maratona feminina, realizada em 1982 no âmbito do Campeonato da Europa de Atletismo, em Atenas, onde após um mau começo conseguiu recuperar o avanço de quase um minuto, em relação as atletas da frente, alcançando o duo de favoritas, que ultrapassou com facilidade, acabando o percurso de dez quilómetros com cem metros de vantagem e campeã da Europa da Maratona. Esta vitória de Rosa Mota revelou-se fulcral para o desenvolvimento do atletismo em Portugal, constituindo um verdadeiro marco para o fortalecimento do atletismo feminino no país. 
   Após o sucesso obtido no Campeonato da Europa, José Pedrosa passou a dedicar-se a tempo inteiro ao treino e ao acompanhamento médico de Rosa Mota. O objetivo seguinte de ambos foi a maratona de Roterdão. Esta prova revelou-se um autêntico passeio para a atleta portuguesa, que acabaria por vencer a prova com 15 minutos de vantagem em relação à segunda classificada. 
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   A sua primeira grande desilusão foi no 1º Campeonato do Mundo de Atletismo, que se realizou em Helsínquia, capital finlandesa, em 1983. Apesar do bom começo, onde se manteve no pelotão da frente, Rosa Mota caiu para décimo lugar conseguindo, no final da prova, subir para quarto lugar. No mesmo ano participou na Maratona de Chicago, prova em que competiu com a neozelandesa Anne Audain, que acabaria por sucumbir exausta perante tanto esforço, abrindo o caminho para a vitória da portuguesa. Foi também nesta competição que Rosa Mota recebeu o seu primeiro prémio monetário de relevo.
  Os Jogos Olímpicos de 1984 ficaram marcados pelos conflitos que opuseram Rosa Mota, o seu treinador e a Federação Portuguesa de Atletismo, uma vez que José Pedrosa não recebeu a acreditação do Comité Olímpico de Portugal se viu forçado a entrar no estádio, não na qualidade de treinador mas como jornalista da revista “Atletismo” e para poder continuar a ser acompanhada pelo seu técnico, Rosa Mota teve que trocar a Aldeia Olímpica pelo hotel da Nike. Apesar de todas estas contrariedades, Rosa Mota conseguiu terminar a prova em terceiro lugar, arrecadando a medalha de Bronze. Desta forma, ela tornou-se a primeira mulher portuguesa a arrecadar uma medalha nas Olimpíadas. 
   Em 1984 voltou à Maratona de Chicago, prova em que teve como principal contrariedade as condições climatéricas adversas, das quais a chuva, o vento e o frio. A vitória e o recorde na competição valeram-lhe um elevado prémio monetário. No ano seguinte voltou a competir em Chicago, mas contrariamente às suas últimas participações não conseguiu vencer, ficando-se pelo terceiro lugar, sendo de destacar que as marcas obtidas pelas três primeiras classificadas na prova constituíram recordes do mundo. 
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   Em 1986 passeou-se pelo Campeonato da Europa, que se realizou em Estugarda, na Alemanha, vencendo com quatro minutos de vantagem em relação à segunda classificada. No mesmo ano, Rosa Mota participa numa das provas mais marcantes de sempre, a maratona de Tóquio, onde, ao longo da estrada, 500 mil japoneses assistiram à vitória da atleta portuguesa. Em 1987 participou na Maratona de Boston, cimentando ainda mais o seu estatuto de maratonista de excelência, visto que esta seria a sua 7ª vitória em 10 maratonas. 
   No Campeonato do Mundo de Roma de 1987, Rosa Mota apresentou-se de com um ritmo incrível, que manteve, apesar das recomendações do seu treinador para abrandar. Rosa Mota continuou no seu passo acelerado, correndo isolada desde o quinto quilómetro, terminando a prova com 7 minutos e vinte e um segundos de vantagem em relação à segunda classificada e sagrando-se assim campeã do mundo. 
   Voltou a Boston em 1988, para arrecadar mais uma vitória confortável, pela segunda vez ganhou um Mercedes, mas ao contrário do que aconteceu da primeira vez, o governo português suportou os custos das taxas para a legalização do carro em Portugal, o que lhe permitiu manter o veículo. 
   Rosa Mota chegou aos Jogos Olímpicos de Seul em 1988, com uma enorme pressão, já que as vitórias retumbantes que havia conseguido nos Europeus e Mundiais anteriores, levavam a crer que o único resultado desejável seria o Ouro, conseguido com esforço, tendo em conta que enfrentava adversárias temíveis como a alemã Katrin Doerre, que somava 13 vitórias, em 16 competições. Com as principais favoritas ainda reunidas nos quilómetros finais, Rosa Mota desferiu o seu ataque ao quilómetro 38, partindo para uma vitória isolada.
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   Nos anos que se seguiriam, somou novas conquistas: Maratona de Osaka em 1990; Maratona de Boston em 1990, a terceira vitória consecutiva nesta competição; e o Campeonato da Europa de Split em 1990 e Maratona de Londres em 1991.
   A sua última grande competição foi o Campeonato do Mundo de Tóquio em 1991, que aconteceu três meses após Rosa Mota ter sido operada a um quisto no ovário, tondo a atleta se apresentado longe da sua melhor condição física e sendo forçada a desistir. 
   Entre 1982 e 1992, Rosa Mota participou em 21 maratonas, tendo ganho 14 delas. Rosa Mota PP o Prémio da Imprensa, ou Prémio da Bordalo, entregue pela Casa da Imprensa, em 1982, numa cerimónia em que também foram distinguidos, na mesma categoria de "Desporto", os atletas Fernando Mamede e Armando Aldegalega, o ciclista Manuel Zeferino , o futebolista António Oliveira e o treinador Mourinho Félix. Em 1981 foi distinguida com a Medalha Olímpica Nobre Guedes do Comité Olímpico de Portugal. A 3 de agosto de 1983 foi feira Dama da Ordem do Infante D. Henrique, tendo sido elevada a Oficial a 7 de fevereiro de 1985 e a Grã-Cruz a 16 de outubro de 1987. Foi feita Grã-Cruz da Ordem do Mérito a 6 de dezembro de 1988. Em 1991, o Pavilhão dos Desportos, situado nos Jardins do Palácio de Cristal, na cidade do Porto, passou a chamar-se Pavilhão Rosa Mota em sua homenagem. 
   Em 2010 recebeu, tal como Carlos Lopes, o Prémio Alto Prestígio CDP "Mérito Desportivo" da Confederação do Desporto de Portugal. Devido à sua carreira, Rosa Mota foi distinguida pela Association of International Marathons and Distance Races (AIMS), em 2012. 

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   Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016 Rosa Mota foi escolhida para transportar a chama olímpica, como embaixadora do projeto Save The Dream, que é uma iniciativa do International Centre for Sport Security (ICSS) e do Comité Olímpico do Qatar, e conta com o apoio do parceiro tecnológico Ooredoo. Trabalhando ao lado de organizações de áreas como o desporto, cultura, media, tecnologia e social, este projeto visa capacitar os mais jovens através dos valores do desporto, enquanto promove diálogo intercultural e inovação social.

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