quinta-feira, 13 de junho de 2019

Carolina Beatriz Ângelo

Vida pessoal

Carolina Beatriz Ângelo, filha de Emília Clementina de Castro Barreto e Viriato António Ângelo, nasceu a 16 de Abril de 1878, na Freguesia de S. Vicente, situada no distrito da Guarda.
Em 1902, casou-se com Januário Gonçalves Barreto Duarte, seu primo, ilustre médico e republicano. No ano seguinte, nasce a sua filha Maria Emília Ângelo Barreto.
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Estudos
Ingressou no Liceu da Guarda, em 1891, revelando-se uma aluna distinta, concluíu o curso em apenas 4 anos. Prosseguiu os seus estudos na Escola Politécnica de Lisboa, a partir de 1895. Em 1897, iniciou a sua licenciatura na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que, em 22 de Fevereiro de 1911, é elevada a Faculdade de Medicina de Lisboa. Especializou-se em ginecologia, dedicando-se intensamente a esta actividade. Terminou o seu curso, em 1902.
Ocupações e Feminismo
Paralelamente à sua carreira médica, Carolina Ângelo reforçou a sua visão social com um activismo cívico, político e principalmente feminista acérrimo, defendendo a emancipação da mulher e acreditando em ideias como a educação para a independência e o divórcio. Mostrou-se interessada na inovação dos cuidados de saúde, lutando para um melhor apoio aos médicos e defendendo, neste sentido, a separação da Igreja do Estado. Em 1907, participou na fundação do Grupo Português de Estudos Feministas . Foi iniciada na Maçonaria, na Loja Humanidade, sob o nome simbólico de Lígia. Dois anos depois, integrou a Assembleia-Geral da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, onde foi eleita Vogal Suplente da Direcção.
O primeiro voto de uma mulher na Europa Sul
A 5 de Outubro de 1910, dá-se a Proclamação da República, tendo Carolina Beatriz Ângelo e Adelaide Cabete sido as responsáveis pela confecção secreta das bandeiras vermelhas e verdes, simbolizando a bem sucedida Revolução. A 14 de Março de 1911, foi publicada a Primeira Lei Eleitoral do Regime Republicano, não sendo explicitado que o direito ao voto estava vedado à mulher. A 1 de Abril, Carolina solicitou à Comissão de Recenseamento do Segundo Bairro a sua inclusão nos Cadernos Eleitorais. A decisão foi remetida para o Ministro do Interior. A 28 de Maio, votou nas Eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, tendo sido, assim, a primeira mulher a votar, no país e na Europa do Sul. 

No dia seguinte, imagens e cartas da própria, acerca deste feito, foram publicadas em vários jornais, contribuindo para reforçar a luta das sufragistas. Como consequência, a lei foi alterada, impedindo as mulheres de votar.


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Morte
No dia 3 de Outubro de 1911, morreu de miocardite, aos 33 anos, ao regressar à sua residência da Rua António Pedro S.D., após uma reunião política de “senhoras feministas”.

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