Edith Stein nasceu a 12 de outubro de
1891 na Breslávia, Polónia. Cresceu com a mãe e os onze irmãos porque o pai
faleceu numa viagem de negócios quando ela tinha apenas dois anos de idade.
Edith Stein foi uma mulher alemã de
origem judaica e ainda pouco conhecida nos dias de hoje.
Durante a adolescência, os estudos não
foram a sua prioridade, passou alguns anos a viver em casa da irmã Else, em
Hamburgo, até que em 1908 decidiu voltar a estudar e em 1911 foi-lhe atribuído
um diploma. No entanto, sabe-se que Edith costumava reunir-se com os seus
colegas para debater os direitos das mulheres, o seu papel e a sua importância.
De volta à sua terra natal, prossegue os estudos na Universidade local
focando-se na psicologia, na filosofia, na história e no alemão. Era conhecida
como uma mulher atenta e introvertida que usava, grande parte das vezes, o
mesmo vestuário por não ter meios económicos. Ao fim de quatro anos, acaba por
graduar-se, tendo sido uma aluna muito boa.
Nesse mesmo ano, Edith Stein mostra ser
uma mulher ativa no ramo da saúde, prestando serviço voluntário no hospital
militar durante a Primeira Guerra Mundial, como enfermeira. Foi por causa desta
prestação que lhe foi atribuída uma medalha de honra como forma de
reconhecimento. Ainda durante a sua vida profissional chega a ser professora,
assistente de Edmund Husserl, o criador da Fenomenologia e que em tempos fora
também seu professor.
Foram várias as obras que ela traduziu e
escreveu, como também foram várias as tentativas para obter um cargo na
Universidade Pública, as quais eram-lhe constantemente negadas pelo facto de
ser uma mulher. Passou metade da sua vida a participar em diversas conferências,
muitas delas em que falava da educação na Alemanha e, principalmente, no papel
da mulher, defendendo a posição feminina e os seus direitos, salientando mais
uma vez reconhecer a importância que este assunto tinha, mesmo sendo
extremamente desvalorizado na altura.
Apesar de ter crescido no núcleo
judaico, converteu-se ao Catolicismo, no primeiro dia do ano de 1922 perto de
completar os seus 32 anos de idade, quando leu o livro de Santa Teresa de
Ávila, que lhe deu a conhecer esta religião.
Logo após a implantação das leis dos
novos direitos às mulheres, do direito ao voto e à igualdade, em 1919, ela
consegue trabalhar como professora nos liceus entre 1923 e 1931.
Ela decide entrar no Carmelo, em 1933, e
adota um novo nome: Teresa Benedita Da Cruz.
Em 1936, a sua irmã Rosa converte-se
também ao Catolicismo e a sua mãe falece.
Em 1938, morre o seu Mestre Edmund
Husserl e ela decide dedicar-se definitivamente à religião. Foge para a Holanda
com a sua irmã devido aos ataques e às capturas que as SA, a polícia militar
alemã anterior às SS, estavam a pôr em prática para que pudessem levar todos os
judeus para os campos de concentração.
No entanto, as tentativas de obtenção de
cátedras universitárias, continuaram-lhe a serem negadas.
Na época da Segunda Guerra Mundial, a
sua situação agrava-se. Foram implantadas diversas leis e uma delas era a
proibição da atribuição de cargos públicos aos judeus, o que acabou por obrigar
Edith Stein a abandonar todos os seus postos de trabalho; deixou de poder
defender os direitos das mulheres publicamente e de ensinar nas conferências
que participara durante anos e anos.
Em 1939, o ano em que a guerra tem
início, Edith começa a escrever a sua obra mais importante: “A Ciência da
Cruz”.
Por fim, Stein não consegue escapar
durante muito mais tempo. Os nazis invadem a Holanda em 1941 e infelizmente ela
e a sua irmã Rosa não conseguem receber a tempo os vistos que as salvariam da
morte em Auschwitz.
Dia 7 de Agosto foi o dia da angústia
para todos os católicos de origem judaica que foram capturados, colocados nos
comboios e transferidos para os campos de concentração.
Os seus irmãos Frida, Paul e os
familiares deste tinham sido vítimas destes ataques no mesmo ano e mortos no
ano seguinte.
9 de Agosto marcamos o dia da sua
chegada a Auschwitz e provavelmente o dia da sua morte na câmara de gás.
Até aos dias de hoje, celebramos e
relembramos vivamente a mente filosófica de Edith Stein e a importância dos
direitos das mulheres que nunca desistiu de transmitir durante toda a sua vida,
até ser impedida pelas leis impostas por Adolf Hitler. Foi uma das primeiras
mulheres doutoradas na Alemanha e com certeza uma das muitas mulheres que hoje
serve-nos de exemplo a sua coragem e determinação.
Apesar de ter estado sujeita a diversas situações durante toda a sua vida, nada a impediu de alcançar todos os seus objetivos.